CEIMAS – Centro Internacional de Mandala, Arte e Simbolismo CEIMAS – Centro Internacional de Mandala, Arte e Simbolismo

Percursos com
Mandalas

Veja dois exemplos de percursos com mandala

C., mulher, 34 anos, casada, sem filhos.

Um pouco sem energia. Dificuldade para realizar qualquer atividade física. Rotina diária estressante. Bom convívio com amigos. Algumas dificuldades de relacionamento com a família de origem. Gerente financeira de um banco.

Queixa principal:

  • Início de um processo depressivo.
  • Insatisfação com o trabalho.
  • Desânimo.
  • Dificuldade considerável para se levantar todas as manhãs.

Caixa-grade

C. relata que ao olhar pra esta imagem se sente enquadrada, aprisionada atrás da “caixa grande”. Algumas Reflexões sobre quais emoções, memórias, situações estariam presas nesta caixa: o Pai, a escolha profissional, o medo do fracasso, a frustração pela falta de liberdade e a culpa por não ter tido coragem de estudar o que queria.

Anel de fogo

C. relata ao olhar para esta imagem que sente muita raiva. Ainda se sente presa, mas de forma diferente: dentro de um anel vermelho, dentro em si mesma; aprisionada numa vida frustrante. Conta que quis muito estudar arquitetura, mas na época da escolha da faculdade, isso não foi possível por várias razões. Cursou ADM, segundo seu relato, para conseguir emprego e ter retorno financeiro rápido. Anos mais tarde, já trabalhando no banco, cursou pós-graduação em Finanças.

Explosão de raiva

“Posso sentir raiva. Posso não gostar de como minha vida acontece. Posso sair da linha…” (C. continuava o movimento com o giz vermelho para fora do papel). Olhando para a imagem diz sentir-se mais livre e relaxada. “Posso não gostar do meu emprego. Posso fazer o que eu quiser e não o que os outros querem que eu faça. ”

Depois desta mandala, C. observa uma mudança significativa no seu estado mais depressivo nas semanas que se seguem. Percebe-se com mais energia para levantar, fazer atividade física, estar com outras pessoas.

Coruja

“Gosto desta imagem. É forte, mas não me dá a sensação de prisão. Gosto desse movimento para fora. Como se as cores se abrissem e pudessem sair. Se eu olho de longe vejo algo como olhos de um bicho. Talvez de uma coruja. ”

Explorou o significado da coruja e considerou importante ela estar associada à intuição, conhecimento e mistérios da noite. Bastante mobilizada diz que das noites trazia um sonho recorrente onde se vê sempre construindo casas. No sonho pensa em cores para paredes e em que tipos de plantas colocaria nos jardins. E está sempre trabalhando ao ar livre.

Coruja balançando

Olhando para a imagem C. relata que respira bem. Que sente leveza no ar livre, no balanço e segurança por ele estar apoiado em uma estrutura que é forte, viva, estável. Gosta particularmente de ter desenhado uma coruja de olhos abertos de dia embora reconheça que é um animal de hábitos noturnos.

Conclusão

Na primeira e na última mandala as mesmas cores foram usadas, salvo o verde, de forma totalmente diferente, sem que C. sequer se lembrasse do primeiro desenho. Conteúdos reprimidos e não elaborados puderam ser liberados através de cores e gestos, reconhecidos, melhor compreendidos e atualizados. Neste processo C. foi se liberando de padrões que não lhe serviam mais, construindo sua autonomia psíquica e resgatando o poder das suas escolhas sem medo da reação dos outros. Responsabilizou-se pela própria realização. Neste momento C. decide cursar design de interiores à noite ao invés de arquitetura por avaliar que um curso mais curto e menos exigente em alguns níveis seria mais saudável para o seu momento de sua vida, sem deixar de atender seu chamado interno.

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